Descarte e reciclagem de lâmpadas

Quando a lâmpada na sua casa queima você joga direto na lixeira? Ou então coloca junto dos vidros recicláveis? Se você faz isso está fazendo de maneira errada. As lâmpadas foram mudando com o tempo, começaram como incandescentes, passaram pelas fluorescentes e agora temos a LED, versão mais econômica. Como são tipos diferentes elas terão que ser descartadas de maneiras diferentes.

Todos os componentes das lâmpadas são reaproveitáveis: vidro, metal e os componentes químicos. Quando estes materiais são separados adequadamente e descontaminados, conforme determinado em legislação ambiental específica, eles podem ser reaproveitados e até mesmo ofertados com valor no mercado de resíduos, ferramenta para quem deseja comprar ou vender resíduos.

Descartar Lâmpadas Incandescentes

As lâmpadas incandescentes são produzidas basicamente por vidro, metal e o filamento de tungstênio (não possuindo nenhum componente tóxico). Mas apesar disso, esse tipo de lâmpada não é reciclável, já que a composição de seu vidro é diferente, contando com pequenas partículas de metal.

Como não possuem resíduos tóxicos, não há muitos problemas em descartá-la em lixo comum. No entanto, isso não é o ideal, faça somente em último caso. Há postos públicos e privados para todos os tipos de lâmpada.

Descartar lâmpadas halógenas ou lâmpadas LED

As lâmpadas halógenas ou as lâmpadas LED, compõe-se de alumínio, estanho, cobre e níquel. Além de plástico, componentes eletrônicos, fenóis e vidro. Nenhum componente nocivo. Podem ser recicladas, mas dependem do tipo da lâmpada e de empresas especializadas em realizar a reciclagem. De qualquer maneira, tente sempre realizar o descarte das lâmpadas em locais especializados e não descartá-las junto com o lixo comum.

Descartar Lâmpadas Fluorescentes ou Lâmpadas Fluorescentes compactas

No interior das lâmpadas fluorescentes existem componentes tóxicos que, ao serem descartados no lixo comum, podem contaminar pessoas, animais, o solo e a água. Dentro delas estão o mercúrio e o chumbo. Estes componentes químicos são muito perigosos à saúde, e o contato excessivo pode provocar náuseas, dor de estômago, entre outros sintomas. Na água, o contato com mercúrio pode contaminá-la, deixando-a imprópria para o uso. Vale destacar que o problema maior não é devido à quebra de uma lâmpada isolada, mas se considerarmos que a maioria das pessoas descarta este tipo de produto no lixo comum, esses materiais passam a oferecer riscos.

Segundo pesquisa divulgada pelo Estadão, os brasileiros consomem por ano uma média de 200 milhões de lâmpadas fluorescentes. Deste total, apenas 6% é descartado corretamente.

Esse é um dado preocupante, uma vez que a simples utilização não oferece perigo, todavia quando a lâmpada é quebrada em local inapropriado ou descartada incorretamente, ela pode emitir substâncias prejudiciais tanto ao meio ambiente quanto ao ser humano.

E se a lâmpada fluorescente quebrar? 

Neste caso, siga as orientações abaixo:

  • Ventile o ambiente, abrindo portas e janela, afaste-se do local e aguarde pelo menos 15 minutos;
  • Não utilize um aspirador para juntar o conteúdo da lâmpada, isso pode contaminar outros locais quando o aparelho voltar a ser utilizado;
  • Use luvas para retirar os cacos e tenha o mínimo de contato possível com o material tóxico;
  • Coloque os cacos em um saco plástico bem lacrado;
  • Utilize fitas adesivas, papel toalha umedecido ou miolo de pão para retirar resíduos ou cacos remanescentes;
  • Deixe o material recolhido para levar a um posto de coleta;
  • Limpe o local com água sanitária misturada à água para descontaminar por completo;
  • Lave bem as mãos com água corrente e sabão neutro.

O contato da substância química em níveis mais altos pode gerar sérios problemas à saúde. O maior problema acontece quando a substância é inalada, o que pode causar intoxicação por mercúrio, causando tosse, dispneia, dores no peito e outros problemas mais graves.

Descartar lâmpadas fluorescentes em locais especializados

Processos realizados em locais especializados são responsáveis por retirar o mercúrio das lâmpadas fluorescentes, assim elimina-se a possibilidade de contaminações ambientais e intoxicações. Até por isso, o descarte deve ser bem feito, procurando quais os lugares certos, isolando o material em caso de quebra e avisando sobre o conteúdo entregue.

Os fabricantes ou as lojas que revendem as lâmpadas devem possuir postos para a coleta e o descarte correto das lâmpadas. 

As lojas em São Paulo compreendem os supermercados Walmart, Sams Club, Todo Dia, Maxxi, Mercadorama e Big. A Leroy Merlin é uma rede de varejo que possui postos de coleta seletiva em todas as unidades para recolhimento, descontaminação e reciclagem de lâmpadas fluorescentes. O Hipermercado Zaffari em São Paulo, localizado no shopping Bourbon, aceita o descarte de lâmpadas fluorescentes pequenas. A Reciclus é especializada em logística reversa de lâmpadas e também tem sua rede de coleta de lâmpadas.

Legislação 

Um Acordo Setorial para a implantação da logística reversa para as lâmpadas Fluorescentes, de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista foi estabelecido com o objetivo de garantir a participação de todas as empresas que atuam no mercado, uma vez que praticamente 100% destas lâmpadas no Brasil são importadas.

Com isso editou-se Resolução Conmetro nº1/2016, publicada em julho de 2016. A resolução condiciona a liberação da licença de importação de Lâmpadas ao cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em especial a logística reversa. Abaixo, segue a citação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei n° 12305/10:

“Art. 33.  São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: (…)”